Papa recorda os 10 anos da primeira Encíclica de Bento XVI
Da Redação, com Rádio Vaticano
Francisco falou a participantes de congresso que comemora os 10 anos da primeira encíclica de Bento XVI, sobre o amor cristão
A história da Igreja é uma “história de amor”, “amor recebido de Deus que é levado ao mundo”. Essa é uma das passagens do discurso do Papa Francisco aos participantes do Congresso Internacional pelo 10º aniversário da encíclica Deus caritas est, a primeira escrita por Bento XVI.
Francisco destacou que, no Ano Jubilar, os cristãos são chamados a viver as obras de misericórdia como sinal do amor de Jesus. Essa primeira encíclica de Bento XVI, disse o Papa em seu discurso, trata de um tema que permite percorrer toda a história da Igreja, que é também uma história de caridade.
“Esta caridade recebida e doada é o fulcro da história da Igreja e de cada um de nós. O ato de caridade, de fato, não é somente dar uma esmola para lavar-se a consciência, mas inclui uma atenção de amor dirigida ao outro”.
Francisco explicou que o Ano da Misericórdia em vigor na Igreja é também uma ocasião para voltar a este coração pulsante da vida e do testemunho cristão. Caridade e misericórdia, destacou, estão estreitamente ligadas, porque são o modo de ser e de agir de Deus: a sua identidade e o seu nome.
O Pontífice ressaltou dois aspectos da Encíclica. O primeiro por recordar a verdadeira face de Deus: quem é o Deus que podemos encontrar em Cristo e como é fiel e insuperável o seu amor. “Devemos olhar para a caridade divina como a bússola que orienta a nossa vida antes de nos encaminhar para qualquer atividade: ali encontramos a direção, dela aprendemos como olhar os irmãos e o mundo”, destacou o Papa.
O segundo aspecto é que a Encíclica recorda a necessidade da vida do homem se espelhar sempre mais na vida da Igreja. “Como gostaria que cada atividade revelasse que Deus ama o homem!”, acrescentou o Papa.
A missão caritativa da Igreja é importante, explicou o Santo Padre, não só porque leva os homens a uma vida digna, mas, sobretudo, porque faz com que cada pessoa se sinta concretamente amada por Deus. E Francisco agradeceu a todos aqueles que se empenham diariamente nesta missão, reiterando o convite a colocar em prática, neste Ano Jubilar, as obras de misericórdia corporais e espirituais.
“Viver as obras de misericórdia significa conjugar o verbo ‘amar’ segundo Jesus (…) A Encíclica Deus caritas est conserva intacto o frescor da sua mensagem, com a qual indica a perspectiva sempre atual para o caminho da Igreja”, concluiu.
O Congresso internacional foi organizado pelo Pontifício Conselho Cor Unum nos dias 25 e 26 deste mês. A conferência se insere no programa de eventos do Jubileu da Misericórdia e tem como objetivo examinar e aprofundar as perspectivas teológicas e pastorais da Encíclica para o mundo de hoje, sobretudo em relação ao trabalho daqueles que exercem o serviço de caridade da Igreja.