bencao_papaSer humano é um valor a ser protegido, enfatiza Papa

Da Redação, com Rádio Vaticano
Foto: L’Osservatore Romano

Em discurso à Pontifícia Academia para a Vida, Papa enfatizou o valor da vida humana

O Papa Francisco recebeu em audiência nesta quinta-feira, 3, cerca de 150 participantes da 22ª assembleia plenária da Pontifícia Academia para a Vida. O encontro acontece até o próximo dia 5, no Vaticano, sobre o tema ‘As virtudes na ética da vida’. No discurso, Francisco voltou a defender o valor da vida humana, algo a ser protegido.

“O bem que o homem realiza não é o resultado de cálculos e estratégias, e nem o produto da constituição genética ou de condicionamentos sociais, mas é o fruto de um coração bem disposto, da escolha livre que tende ao bem verdadeiro. Não bastam a ciência e a técnica. Para realizar o bem é preciso a sabedoria do coração”, disse o Pontífice.

Francisco reconheceu que existem muitas instituições engajadas no serviço em prol da vida, mas existem também muitas estruturas preocupadas mais com o interesse econômico que com o bem comum. “Falar de virtude significa afirmar que a escolha do bem envolve e compromete toda a pessoa; não é uma questão cosmética, um embelezamento exterior que não dá fruto. Trata-se de desarraigar do coração os desejos desonestos e buscar o bem com sinceridade”, afirmou o Papa.

Humanidade: preciosa para Deus

O Santo Padre acrescentou que, nos dias de hoje, algumas orientações culturais não reconhecem mais a marca da sabedoria divina nas realidades criadas e nem mesmo no homem; a natureza é reduzida à matéria utilizada segundo qualquer desejo. Mas a humanidade é única e preciosa aos olhos de Deus, frisou.

“Por isso, a primeira natureza a ser protegida a fim de que dê fruto é a nossa humanidade. Devemos dar-lhe o ar puro da liberdade e a água viva da verdade, protegendo-a dos venenos do egoísmo e da mentira. Assim, no terreno de nossa humanidade poderá desabrochar uma grande variedade de virtudes”, sublinhou o Pontífice.

Francisco destacou que, hoje em dia, não faltam conhecimentos científicos e instrumentos técnicos capazes de oferecer apoio à vida humana nas situações em que se mostra frágil. O que falta, às vezes, é a humanidade. “A boa ação não é a aplicação correta do saber ético, mas pressupõe um interesse real pela pessoa frágil. Os médicos e os agentes de saúde nunca deixem de conjugar ciência, técnica e humanidade. O ser humano é um valor a ser protegido”.