pombaDocilidade ao Espírito, diálogo e confiança na graça de Deus

Jornal Sal da Terra 165, maio de 2014

Na homilia desse mês, o Papa Francisco nos coloca três elementos essenciais para a evangelização, enfatizando que a Igreja não deve ser burocrática, evitando de colocar obstáculos que dificultem o acesso a palavra de Deus, àquelas pessoas que dela necessitem. O Papa nos diz que: “quem evangeliza é Deus” e esta verdade opõe-se, frontalmente, ao papel burocrático que vem sendo utilizado no momento da evangelização, contribuindo para o distanciamento das pessoas para com Deus.

Segundo Francisco, quem é chamado a administrar os Sacramentos deve entender que o mais importante é a Graça de Deus recebida. Enfatiza que o modelo a ser seguido é o comportamento do Apóstolo Felipe, que nos mostra que o Cristão deve ter três qualidades cristalinas: a docilidade ao Espírito, o diálogo e a confiança na graça de Deus.

A primeira qualidade é demonstrada quando Felipe é solicitado pelo Espírito a se dirigir a um certo ponto da estrada que vai de Jerusalém a Gaza. Prontamente, ele atende ao chamado, deixando tudo aquilo que estava fazendo. Este comportamento de Felipe é um grande exemplo de docilidade, o que nos leva a concluir que o trabalho missionário sem espontaneidade, sem a docilidade à voz de Deus, não pode ser um trabalho proveitoso. Uma outra grande verdade a nós colocada pelo Papa Francisco é que a evangelização não pode e nem deve ser imposta. Ela tem que partir de um diálogo, onde o evangelizador “ deve partir justamente de onde está a pessoa a ser evangelizada”.

Concluindo a sua homilia, Francisco nos diz que: “Pensemos nesses três momentos da evangelização: a docilidade para evangelizar, fazendo aquilo que Deus manda; o diálogo com as pessoas, partindo de onde elas estão; e confiar na graça. Ela é mais importante que toda a burocracia… lembremos-nos disso: às vezes nós, na Igreja, somos uma empresa que fabrica impedimentos para as pessoas chegarem a graça de Deus. Que o Senhor nos faça entender isso!” podemos concluir das palavras do Papa Francisco que todos nós, que fazemos a Igreja, devemos compreender que o serviço para o qual fomos convocados é um dádiva de Deus, que nos premiou com o chamado para servi-lo. Que possamos transmitir esta compreensão a todos aqueles que dela necessitem, inclusive na própria Igreja.