papaCultivar as Bem-aventuranças

Sal da Terra 166, junho de 2014

O Papa Francisco aborda um tema que se mostra de fundamental importância, visto que responde a um questionamento bastante comum a todo católico: o que fazer para ser um bom cristão?

Segundo Francisco, a resposta passa pelas bem-aventuranças, pois essas são uma proposta de vida. Ditadas por Jesus, as bem-aventuranças são uma forma de comportamento a um só tempo tão simples e tão difícil de seguir.

Presente no Sermão da Montanha (Mt 5, 1-11), as bem-aventuranças constituem o novo programa do reinado de Deus e seguem aqui dispostas:

Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!
Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

Sobre a pobreza de espírito, o Papa nos coloca que “As riquezas não asseguram nada; aliás, um coração rico está tão satisfeito consigo mesmo que não tem espaço para a palavra de Deus”. Com tal frase, Francisco quer nos dizer que os pobres tem a humildade de entender que estão sempre necessitando de buscar a Deus, através de seus ensinamentos.

Quanto aos que choram, Jesus ensinou que serão consolados. Contudo, as pessoas, em sua maioria, não choram pois não vêem o mundo em que vivem. Normalmente, esquecem que estão inseridas na sociedade e não dão oportunidade para a vivência de situações alheias ao próprio dia a dia. Mas, segundo o Papa Francisco, somente as pessoas que vêem as coisas como são e choram em seu coração são felizes e consoladas. A consolação vem de Jesus.

O Papa nos fala também sobre os mansos: bem-aventurados em virtude do seu comportamento neste mundo que, desde o princípio, é constituído de guerras e ódio. Jesus, em seu discurso, exalta um comportamento que se baseia na paz e na mansidão e nos diz que àqueles que lutam por justiça são, também, bem-aventurados. “É tão fácil entrar nas rachaduras da corrupção! Tudo é negócio. E quantas injustiças! Quantas pessoas sofrem por essas injustiças! Esta forma de comportamento é tão comum nos dias atuais que as pessoas já a incorporam em seus cotidianos, mesmo sendo “católicos”!”

Há ainda os puros de coração e os que trabalham pela paz. Para o Papa, “É tão comum sermos agentes de guerras ou, pelo menos, de mal-entendidos!” É o caso das fofocas, as quais, para Francisco, são inimigas da paz.

Já sobre os perseguidos por causa da justiça, estes também são bem-aventurados, pois assim como Jesus, são pessoas perseguidas injustamente por serem contrárias a determinados comportamentos impostos pela sociedade.

Acrescenta o Pontífice que o homem encontrará algo mais do que está nas bem-aventuranças a partir da ação do Espírito Santo. É Ele que nos concede o dom da sabedoria, que consiste em ver com os olhos de Deus, ouvir com Seus ouvidos, amar como Ele nos ama e julgar conforme o Seu Juízo.