Papa reflete sobre o convite de Deus feito aos homens

Da Redação com Rádio Vaticano

Francisco explicou que a bondade de Deus não tem limites nem discrimina ninguém e que a todos é dada a possibilidade de responder ao chamado divino

Após a celebração da Eucaristia na Basílica de São Pedro em ação de graças pela canonização dos dois evangelizadores do Canadá, e como de costume aos domingos, às 12 horas de Roma, o Santo Padre apareceu à janela do Palácio Apóstólico para a oração mariana do Angelus.

O Papa falou que no Evangelho deste domingo, Jesus nos fala da resposta que foi dada ao convite de Deus, representado na figura do Rei, para participar de um banquete das núpcias. O convite tem três características fundamentais: a gratuidade, a extensão e a universalidade.

O Papa destaca que são três características que revelam a bondade de Deus para conosco, a gratuidade da sua amizade, a alegria, a salvação, não obstante o fato que muitas vezes nós não acolhemos os seus dons e colocamos em primeiro lugar as nossas preocupações materiais, os nossos interesses.

“Fato surpreendente no Evangelho deste domingo é que nenhum dos escolhidos, dos convidados aceitou participar do banquete. Alguns alegaram ter outras coisas à fazer, outros demonstraram indiferença perante o convite, outros sentiram-se incomodados com este convite, outros chegaram até a maltratar e a matar os servos que tinham sido mandados pelo Rei para os convidar ao banquete das núpcias.”

Mesmo assim perante a recusa dos homens de aceitar e de aderir ao convite, o projeto de Deus não se interrompeu, explica o Papa. Perante a recusa dos primeiros convidados, Deus não se desencorajou, não suspendeu a festa, mas voltou a propô-la estendendo o convite a todos indistintamente sobretudo aos que vivem nas periferias, aos mais pobres, abandonados, bons e maus sem distinção. Eis que finalmente a sala do banquete se encheu dos “excluídos”. O Evangelho rejeitado por alguns encontrou acolhimento inesperado por outros.

A bondade de Deus, de fato, disse ainda o Papa, não tem confins, não discrimina ninguém e é por isso que os dons do Senhor são universais, são para todos; a todos é dado a possibilidade de responder ao chamado de Deus.

Francisco destacou que entretanto há uma condição essencial para participar deste banquete nupcial: vestir o hábito nupcial. Aquele hábito que nos recorda que em virtude da nossa fé, nós já tomamos parte do banquete do Senhor e beneficiamos dos seus dons que nos alimentam e nos guiam na nossa vida quotidiana. Mas não podemos afirmar de ter a veste nupcial se depois não vivemos o amor a Deus e ao próximo. Pois, a fé requer o testemunho da caridade a ser manifestada em gestos concretos de solidariedade e de serviço aos irmãos especialmente aos mais necessitados.

Ao concluir a sua reflexão, o Papa Francisco convidou aos presentes a confiarem por intercessão de Maria Santíssima, os dramas e as esperanças de tantos irmãos e irmãs que são vítimas da perseguição por causa da fé, ao mesmo tempo que invocamos a sua proteção para os trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre a família que estão a decorrer neste momento no Vaticano.

Após o Angelus

Depois do oração do Angelus, o Papa informou os peregrinos na Praça de São Pedro que esta manhã foi proclamado beato, na ilha italiana da Sardenha, o Padre Francesco Zirano, da Ordem dos Frades menores Conventuais: ele, disse o Papa, preferiu ser morto do que renegar a sua fé. Demos graças portanto a Deus por este sacerdote e mártir, testemunho do Evangelho. A sua corajosa fidelidade a Cristo, concluiu o Papa Francisco, é um ato de grande importância sobretudo para o contexto das perseguições a que são vítimas hoje os cristãos.

O Santo Padre aproveitou também a ocasião para manifestar a sua proximidade para com as populações da cidade italiana de Genova a braços com inundações e pediu oração para elas.