Papa orienta ação de movimentos eclesiais e novas comunidades

Por Jéssica Marçal, da Redação

Vivacidade do carisma, respeito pela liberdade do outro e busca da comunhão são alguns dos fatores indicados por Francisco

Participantes do 3ª Congresso Mundial dos Movimentos Eclesiais e das Novas Comunidades encontraram-se neste sábado, 22, com o Papa Francisco. O Santo Padre pediu a eles que preservem o frescor do carisma, saibam respeitar a liberdade dos outros e procurem a comunhão, fazendo tudo isso com um coração missionário.

O tema do congresso foi “A alegria do Evangelho: uma alegria missionária”. A organização foi do Pontifício Conselho para os Leigos. No centro da atenção estiveram dois elementos que, segundo o Papa, são essenciais para a vida cristã: a conversão e a missão.

“Sem uma autêntica conversão do coração e da mente não se anuncia o Evangelho, mas se não nos abrimos à missão não é possível a conversão e a fé se torna estéril”, disse o Papa.

Ao dar algumas sugestões para o caminho desses movimentos e novas comunidades, o Santo Padre alertou sobre a tentação de “engaiolar” o Espírito Santo, contentando-se com as situações e se endurecendo em padrões reconfortantes, mas estéreis. Por isso é preciso sempre manter a vivacidade do carisma.

Em uma humanidade ferida, com sérios problemas de identidade e dificuldades de fazer escolhas, é preciso acolher e acompanhar os homens de hoje, disse o Papa, mas respeitando sua liberdade. Cada pessoa tem o seu tempo; um progresso moral ou espiritual conseguido com base na imaturidade da pessoa é um sucesso aparente, destinado ao fracasso. “A paciência é o único caminho para amar realmente e levar as pessoas a uma relação sincera com Deus”.

E para que o mundo creia que Jesus é o Senhor, é preciso que veja a comunhão entre os cristãos, lembrou o Pontífice. No entanto, ele questionou como é possível evangelizar se o que as pessoas veem é divisão, rivalidade e o “terrorismo das fofocas”. Ele também explicou que a verdadeira comunhão não pode existir em um movimento ou em uma nova comunidade se não se integra à comunhão maior que é a Igreja.

“Para alcançar a maturidade eclesial, então, mantenham – repito – o frescor do carisma, respeitam a liberdade das pessoas e procurem sempre a comunhão. Não se esqueçam, porém, que para atingir esse objetivo a conversão deve ser missionária”, concluiu o Pontífice.