Papa pede à vida religiosa testemunho de fraternidade

Jéssica Marçal, da Redação

Francisco disse que vida religiosa ajuda a Igreja a crescer por atração; testemunhar a vida fraterna é outro auxílio em uma cultura do individualismo

A vida religiosa ajuda a Igreja a crescer por atração, não por proselitismo, disse o Papa Francisco na audiência aos participantes da 54ª Assembleia Nacional da Conferência Italiana dos Superiores Maiores. O evento tem como tema “Missão da Igreja e vida consagrada à luz da Evangelii gaudium”.

Francisco disse que a vida religiosa ajuda a Igreja a realizar aquela “atração” que a faz crescer, pois desperta curiosidade sobre o que leva essas pessoas a viverem além do horizonte mundano. O chamado a ser discípulo de Jesus é para cada cristão, mas os religiosos são chamados a dar um testemunho de profecia, disse o Papa.

“A verdadeira profecia não é ideológica, não é ‘da moda”, mas é sempre um sinal de contradição segundo o Evangelho, assim como o era Jesus. Jesus por exemplo, foi um sinal de contradição para as autoridades religiosas do seu tempo: chefes dos fariseus e dos saduceus, doutores da lei”

Francisco também falou da necessidade de descentralização, em todo tipo de carisma, para que no centro de tudo esteja somente Jesus Cristo. Outro sinal claro que a vida religiosa é chamada a dar hoje, segundo o Santo Padre, é a vida fraterna. “Por favor, que não haja entre vós o terrorismo das fofocas! Joguem-no fora! Que haja fraternidade. E se você tem algo contra o irmão, diga na cara dele”.

A vida consagrada pode ajudar a Igreja e a sociedade dando testemunho de fraternidade, tendo em vista que, conforme recordou o Papa, a cultura dominante hoje é individualista e corrói a sociedade a partir da sua célula primária que é a família. As pessoas erram porque são pecadoras e, muitas vezes não conseguem viver como irmãs, disse o Papa. Mas nesses casos, é preciso reconhecer o erro e pedir e oferecer o perdão.

O Santo Padre destacou, por fim, que tal fraternidade pressupõe a paternidade de Deus e a maternidade da Igreja e da Mãe, a Virgem Maria. Com a oração, a Eucaristia, a adoração e o terço é possível que o homem se remeta cada vez mais a esta relação e renove o seu “estar” com Cristo e em Cristo.

“Se a nossa vida se coloca sempre novamente nestas relações fundamentais, então somos capazes de realizar também uma fraternidade autêntica, uma fraternidade testemunhal, que atrai”.