papa02Ver Jesus nos marginalizados, pede Papa aos novos cardeais

Por Jéssica Marçal, da Redação
Foto: Reprodução CTV

Francisco enfatizou que o caminho da Igreja é o da misericórdia e integração, servindo Jesus em toda pessoa marginalizada

A compaixão de Jesus esteve no centro da homilia do Papa Francisco neste domingo, 15, na Missa com os novos cardeais, criados neste sábado, 14, e com todo o colégio cardinalício. O Santo Padre pediu que os novos cardeais saibam servir Jesus na pessoa marginalizada, lembrando que o caminho da Igreja é o de Jesus: misericórdia e integração.

Francisco destacou três conceitos-chave: a compaixão de Jesus, a marginalização das pessoas e a vontade de Jesus de reintegrá-las. A homilia foi inspirada nas passagens bíblicas que retratam o tratamento dado aos leprosos na época de Jesus: na Lei de Moisés, deveriam ser afastados e marginalizados, mas Jesus revoluciona essa mentalidade, revelando a lógica de Deus.

“Jesus, novo Moisés, quis curar o leproso, quis tocá-lo, quis reintegrá-lo na comunidade, sem Se ‘autolimitar’ nos preconceitos; sem Se adequar à mentalidade dominante do povo; sem Se preocupar de modo algum com o contágio (…) Para Jesus, o que importa acima de tudo é alcançar e salvar os afastados, curar as feridas dos doentes, reintegrar a todos na família de Deus”.

Segundo o Papa, ainda hoje existe essa dupla lógica de pensamento e de fé que percorre toda a história da Igreja: marginalizar e reintegrar. Ele destacou que o caminho da Igreja é derramar a misericórdia de Deus e sair do próprio recinto em busca dos afastados nas “periferias” da existência.

“A disponibilidade total para servir os outros é o nosso sinal distintivo, é o nosso único título de honra!”, disse ainda o Papa, que conclui a homilia exortando os novos cardeais a manterem os olhos fixos em Jesus e em Maria para servir a Igreja de modo que os cristãos não se sintam tentados a estar com Jesus sem querer estar com os marginalizados.

“Não descobrimos o Senhor se não acolhemos de maneira autêntica o marginalizado. Recordemos sempre a imagem de São Francisco, que não teve medo de abraçar o leproso e acolher aqueles que sofrem qualquer gênero de marginalização. Verdadeiramente é no evangelho dos marginalizados que se descobre e revela a nossa credibilidade!”.