Sínodo: informações gerais e entenda como é e e funciona

Por Canção Nova, com Redação

sinodoO Sínodo dos Bispos sobre família foi convocado pelo Papa Francisco no dia 8 de outubro de 2013. A 3ª Assembleia Geral Extraordinária acontece de 5 a 19 de outubro, no Vaticano, e tem como tema “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”.

Pela primeira vez, uma assembleia sinodal será realizada em duas etapas: a primeira agora e a segunda em 2015, quando está prevista a 14ª Assembleia Geral Ordinária sobre “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.

Sendo assim, neste ano não será publicado um documento conclusivo, apenas serão levantadas proposições a serem apresentadas na assembleia de 4 a 25 de outubro de 2015.

Participantes do Brasil

Entre os participantes do Sínodo sobre família, seis são do Brasil. O arcebispo de Aparecida (SP), Cardeal Raymundo Damasceno Assis, será um dos três presidentes do Sínodo. O arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, foi nomeado, entre outros, para o Conselho Ordinário.

Já entre os membros de nomeação pontifícia estão o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, e o bispo maronita da Catedral Nossa Senhora do Líbano, em São Paulo, Dom Edgard Amine Madi.

Fechando o grupo de participantes do Brasil no Sínodo da Família, está o casal de leigos Arturo e Hermelinda Zamperline, responsáveis pela “Équipe Notre-Dame” para a super região do Brasil. Eles participarão como auditores.

Documento de trabalho

Como preparação para o Sínodo sobre família, o Papa Francisco enviou às paróquias de todo o mundo um documento contendo 35 questões sobre o tema da assembleia. A iniciativa buscou reunir reflexões sobre a realidade das famílias atuais. As respostas foram enviadas ao Vaticano para avaliação.

O documento de trabalho desse Sínodo foi divulgado em 26 de junho de 2014 e está dividido em três partes: comunicar o Evangelho da família hoje, a pastoral da família face aos novos desafios e a abertura à vida e a responsabilidade educativa.

O documento é concluído com a Oração à Sagrada Família, escrita pelo Papa e por ele mesmo recitada por ocasião do Angelus de 29 de dezembro passado, festa da Santa Família de Nazaré.

Mas o que é o Sínodo?

A palavra “sínodo” vem de duas palavras gregas: “syn”, que significa “juntos”, e “hodos”, que significa “estrada ou caminho”. Logo, o Sínodo dos Bispos pode ser definido como uma reunião do episcopado da Igreja Católica com o Papa para discutir algum assunto em especial, auxiliando o Santo Padre no governo da Igreja.

O Sínodo dos Bispos foi instituído pelo Papa Paulo VI com o Motu proprio “Apostolica sollicitudo”, de 15 de setembro de 1965. Desde então, foram realizadas 25 Assembleias Sinodais. Segundo definição do próprio Pontífice, no Angelus de 22 de setembro de 1974, o Sínodo dos Bispos:

“É uma instituição eclesiástica, que nós, interrogando os sinais dos tempos, e ainda mais procurando interpretar em profundidade os desígnios divinos e a constituição da Igreja Católica, estabelecemos, após o Concílio Vaticano II, para favorecer a união e a colaboração dos bispos de todo o mundo com essa Sé Apostólica, através de um estudo comum das condições da Igreja e a solução concorde das questões relativas à sua missão. Não é um Concílio, não é um Parlamento, mas um Sínodo de particular natureza”.

Metodologia que pauta os trabalhos do Sínodo

É baseada na colegialidade, um conceito que caracteriza cada fase do processo sinodal, desde a preparação até as conclusões das Assembleias. Os trabalhos alternam análises e sínteses, com uma dinâmica que permite a verificação dos resultados e o exame de novas propostas. “Cada fase desse processo se desenvolve em um clima de comunhão colegial”, informa a Santa Sé em seu site oficial.

Tema e instrumento de trabalho

Quem escolhe o tema do Sínodo é o Papa, após um estudo elaborado pelo Conselho da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, que avalia as sugestões recebidas. Com o tema definido, prepara-se a “Lineamenta”, documento que apresenta as linhas principais do tema do Sínodo e, após a aprovação do Papa, é enviado ao episcopado. Após um estudo, os bispos enviam uma relação sobre essa Lineamenta para a Secretaria Geral. Só então é redigido o “Instrumentum laboris”, documento que é ponto de referência durante a Assembleia sinodal.

Tipos de Assembleia

Com relação às Assembleias, há aquelas que são ordinárias e as que são extraordinárias. As primeiras são realizadas a cada quatro anos e, as segundas, o Papa convoca a qualquer tempo.

Há também as Assembleias Especiais, realizadas nos continentes. Exemplos: Assembleia Especial para a África, realizada em 2009, e a Assembleia Especial para o Oriente Médio, realizada em 2010. Das 25 Assembleias realizadas até hoje, 10 foram especiais.

Após o Sínodo

O Papa emite um documento chamado Exortação Apostólica, no qual resume e aprova as principais conclusões dos bispos durante as reuniões.