papaPapa pede cristãos sem medo de sujar as mãos com pecadores

Da Redação, com Rádio Vaticano
Foto: L’Osservatore Romano

Francisco disse que o bom pastor e o bom cristão não querem que os outros caiam em perdição; então, fazem o que for preciso para levá-los a Deus

O verdadeiro cristão não tem medo de sujar as mãos com os pecadores nem de arriscar sua reputação, porque tem o coração de Deus e não quer que ninguém se perca. Essa foi a reflexão central do Papa Francisco, na Missa desta quinta-feira, 6, na Casa Santa Marta.

A homilia do Santo Padre desenvolveu-se em torno das parábolas da ovelha e da moeda perdidas. Os fariseus e os escribas se escandalizaram, porque Jesus acolheu os pecadores e comeu com eles. Francisco recordou que Jesus veio justamente para procurar os que tinham se afastado de Deus. Essas duas parábolas, segundo ele, fazem ver como é o coração do Pai, que não para no meio do caminho da salvação, mas segue até o fim.

Já os fariseus e os escribas, explicou Francisco, pararam no meio do caminho; a eles importava que o balanço entre ganhos e perdas fosse favorável. Isso não entra na mente de Deus, porque Ele não é um negociador, mas o Pai que vai salvar até o fim. Este é o amor de Deus, enfatizou Francisco, e em contrapartida, ele disse que é triste quando um pastor para no meio do caminho.

“É triste o pastor que abre a porta da Igreja e permanece ali a esperar. É triste o cristão que não sente no seu coração a necessidade de ir e contar aos outros que o Senhor é bom. Mas quanta perversão há no coração daqueles que acreditam ser justos, como estes escribas, estes fariseus. Eles não querem sujar as mãos com os pecadores”.

Francisco enfatizou que ser um pastor pela metade do caminho é uma derrota. O verdadeiro pastor deve ter o coração de Deus e ir até o limite, porque não quer que ninguém se perca. Para isso, não tem medo de sujar as mãos, vai onde deve ir, arrisca a sua vida, a sua reputação, arrisca perder a sua comodidade, o seu status. Também os cristãos devem ser assim.

“É tão fácil condenar os outros, como faziam esses – os publicanos, os pecadores –, mas não é cristão, né? Não é dos filhos de Deus. Jesus vai ao limite, dá a vida, como a deu Jesus pelos outros. Não pode ser tranquilo, protegendo a si mesmo: a sua comodidade, a sua fama, a sua tranquilidade. Lembrem-se disso: pastores no meio do caminho não, nunca! Cristãos na metade do caminho, nunca!”.

O Papa enfatizou que o bom pastor, o bom cristão está sempre em saída de si mesmo, em saída rumo a Deus, na oração, na adoração. Está em saída rumo aos outros para levar a mensagem de salvação. E o bom pastor e o bom cristão conhecem o que é a ternura.

“Isto é belo, não ter medo que falem mal de nós por ir e encontrar os irmãos e as irmãs que estão distantes do Senhor. Peçamos essa graça para cada um de nós e para a nossa Mãe, a Santa Igreja”.