papa03Francisco aponta leigos como “apóstolos dos bairros”

Por Rádio Vaticano

Em audiência, Papa analisa o fenômeno urbano, destacando o papel que o leigo tem de tornar-se fermento de vida cristã para toda a cidade

O Papa Francisco recebeu em audiência neste sábado, 7, os participantes da Plenária do Pontifício Conselho para os Leigos, que se conclui hoje, sobre o tema “Encontrar Deus no coração das cidades”.

Em seu discurso, o Pontífice fez uma análise do fenômeno urbano, que assumiu dimensões globais, já que que a metade da população do planeta vive nas cidades.

Para Francisco, o contexto urbano tem um forte impacto na mentalidade, na cultura, nos estilos de vida, nas relações interpessoais e na religiosidade das pessoas. Sendo a Igreja não mais a única “promotora de sentido”, os cristãos são influenciados por valores que podem contrastar com o Evangelho.

De fato, averigua o Papa, as cidades apresentam grandes oportunidades e grandes riscos: “Podem ser magníficos espaços de liberdade e realização humana, mas também terríveis espaços de desumanização e de infelicidade. Parece que toda cidade tem a capacidade de gerar dentro de si uma ‘anti-cidade’, onde cidadãos convivem com os não cidadãos: pessoas invisíveis, pobres de recursos e calor humano, a quem ninguém dirige um olhar, uma atenção e um interesse. Não são só anônimos, mas são ‘anti-homens’. Isso é terrível”.

Francisco recorda que Deus não abandona a cidade, mas habita nela; Ele continua presente mesmo em meio ao ritmo frenético e dispersivo. Eis, então, que os fiéis leigos são chamados a sair sem temor para ir ao encontro dos homens urbanos. “Trata-se de encontrar a coragem de fazer o primeiro passo de aproximação ao outro, para ser apóstolos do bairro”, acrescenta.

Diante desta missão, o Papa adverte os participantes da Plenária para a importância da formação dos leigos: educá-los para que saibam ver a cidade com os olhos de Deus; encorajá-los a viver o Evangelho, sabendo que toda vida vivida de maneira cristã tem sempre um forte impacto social.

Ao mesmo tempo, é necessário alimentar neles o desejo do testemunho, para que possam doar aos outros o dom da fé. “Em uma palavra, os leigos são chamados a viver um humilde protagonismo na Igreja e se tornar fermento de vida cristã para toda a cidade”, concluiu Francisco.