corpus_01Corpus Christi: tesouro espiritual da Igreja

Sal da Terra 166, junho de 2014

No último dia 19, a Igreja Católica celebrou a festa de Corpus Christi, momento em que, solenemente, comemora-se a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Propriamente é a Quinta-feira Santa o dia da instituição, mas a lembrança da Paixão e Morte do Salvador não permite uma celebração festiva.

Aliás, a data da celebração de Corpus Christi é o único dia do ano em que o Santíssimo sai pelas ruas em procissão. Além disso, a Igreja orienta todos os católicos a viver este momento de fé. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo.

Na Paróquia, a festa de Corpus Christi teve início com Missa às 7h na Igreja Matriz seguida por procissão pelas ruas do bairro de Neópolis. Na ocasião, os féis seguiram em adoração ao Santíssimo Sacramento.

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ORIGEM

A Festa de Corpus Christi surgiu no século XIII, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon (†1258) que recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra do sacramento da Eucaristia.

No ano de 1247 realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então, em todo o mundo.

HISTÓRIA OFICIAL DA FESTA DE CORPUS CHRISTI

Quando, no século XIII, o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, aconteceu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.

O Papa Urbano IV, que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, teria então pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”. Em 11 de agosto de 1264 o Papa emitiu a bula “Transiturus de mundo”, onde prescreveu que na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor.

MILAGRE EUCARÍSTICO

Ao longo dos séculos, a Igreja reconhece a existência de Milagres Eucarísticos. Um dos milagres eucarísticos mais conhecidos é o de Lanciano. Por volta dos anos 700, na cidade italiana de Lanciano, viviam no mosteiro de São Legoziano os Monges de São Basílio e entre eles havia um que se fazia notar mais por sua cultura mundana do que pelo conhecimento das coisas de Deus. Sua fé parecia vacilante e ele era perseguido todos os dias pela dúvida de que a hóstia consagrada fosse o verdadeiro Corpo de Cristo e o vinho o Seu verdadeiro Sangue. Mas, a Graça Divina nunca o abandonou, fazendo-o orar continuamente para que esse espinho saísse do seu coração.

Foi quando, certa manhã, celebrando a Santa Missa, atormentado pela sua dúvida, após proferir as palavras da Consagração, ele viu a hóstia converter-se em Carne viva e o vinho em Sangue vivo. Sentiu-se confuso e dominado pelo temor diante de tão espantoso milagre. Até que, em meio a transbordante alegria, o rosto banhado em lágrimas, voltou-se para as pessoas presentes e disse:

“Ó bem-aventuradas testemunhas diante de quem, para confundir a minha incredulidade, o Santo Deus quis desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e tornar-se visível aos vossos olhos. Vinde, irmãos, e admirai o nosso Deus que se aproximou de nós. Eis aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!”

Em novembro de 1970, os Frades Menores Conventuais decidiram, devidamente autorizados, confiar a dois médicos de renome e idoneidade moral a análise científica das relíquias. Após alguns meses de trabalho, exatamente em 4 de março de 1971, os pesquisadores publicaram um relatório contendo os resultados das análises: “A Carne é verdadeira carne, o Sangue é verdadeiro sangue. A Carne é do tecido muscular do coração (miocárdio, endocárdio e nervo vago). A Carne e o Sangue são do mesmo tipo sangüíneo (AB) e pertencem à espécie humana. No sangue foram encontrados, além das proteínas normais, os seguintes materiais: cloretos, fósforos, magnésio, potássio, sódio e cálcio. A conservação da Carne e do Sangue, deixados em estado natural por 12 séculos e expostos à ação de agentes atmosféricos e biológicos, permanece um fenômeno extraordinário”.

Fonte da matéria: site do professor Felipe Aquino – www.cleofas.com.br