Vítimas de pedofilia na Igreja participarão de Missa do Papa

Segunda-feira, 9 de junho de 2014

Grupo será formado por seis ou sete pessoas que sofreram abusos sexuais por parte do clero quando crianças ou adolescentes

Da Redação, com Rádio Vaticano

Vítimas de abusos sexuais na Igreja estarão no Vaticano em 7 de julho na Missa que o Papa Francisco celebra habitualmente na Casa Santa Marta. O grupo será de seis ou sete pessoas, europeias, que sofreram abusos sexuais de sacerdotes quando crianças ou adolescentes.

A iniciativa foi anunciada pelo próprio Pontífice aos jornalistas no voo de retorno da Terra Santa, em maio passado. Na ocasião, ele confirmou que a linha atual da Igreja é de ‘nenhuma tolerância’. “Não há privilégios nesse tema sobre os menores. Na Argentina, chamamos os privilegiados de ‘filhos de papai’. Pois bem, sobre esse tema não haverá “filhos de papai”. É um problema muito grave. Um sacerdote que comete um abuso trai o Corpo do Senhor”, declarou o Papa nessa entrevista aos jornalistas.

A data foi decidida em função da quinta reunião dos oito cardeais do Conselho para a reforma da Cúria, de 1º a 4 de julho, e da presença em Roma do arcebispo de Boston, Cardeal Sean O’Malley, membro desse Conselho e coordenador da comissão instituída pelo Papa para a tutela dos menores. No dia 6, haverá uma reunião informal de trabalho deste novo órgão.

No início de outubro, a comissão voltará a se reunir, centrada nas questões abertas nos últimos meses: redação dos estatutos e definição da estrutura e da formação da comissão. Por enquanto, não há membros representando a África nem a Ásia.

Os integrantes do grupo inicial são: a francesa Catherine Bonnet, estudiosa de psicologia e psiquiatria; a irlandesa Marie Collins, representante das vítimas de abusos; a inglesa Sheila Hollins, docente de psiquiatria; o jurista italiano Claudio Papale; a ex- primeira ministra e ex embaixadora polonesa Hanna Suchocka; o jesuíta alemão Hans Zollner, estudioso do tema e decano da faculdade de psicologia da Universidade Gregoriana; o jesuíta argentino Humberto Miguel Yanez, diretor do departamento de teologia moral da Gregoriana e ex-docente no Seminário São Miguel de Buenos Aires, cujo reitor era Jorge Mario Bergoglio; e, como Presidente, o Cardeal O’Malley.