antibioticoPapa indica “antibióticos” para combater doenças da Cúria

Por Jéssica Marçal, da Redação

Papa disse que algumas “doenças” atingiram a Cúria Romana em 2015; são necessárias virtudes, que ele chama de “antibióticos”, para combater esses problemas

A palavra misericórdia esteve no centro do discurso do Papa Francisco à Cúria Romana nesta segunda-feira, 21, no encontro para as felicitações de Natal. Na reflexão, o Santo Padre indicou alguns “antibióticos” para combater doenças que afetam a Cúria.

No discurso do ano passado, Francisco fez um “catálogo das doenças curiais”. Ele disse que algumas dessas doenças se manifestaram ao longo de 2015, “causando não pouco sofrimento a todo o corpo e ferindo muitas almas”. Então, no discurso desse ano, ele propôs um “catálogo de virtudes necessárias” para quem presta serviço na Cúria, o que ele mesmo chamou de “antibióticos curiais”.

Francisco pontuou, porém, que nem essas doenças nem os escândalos podem esconder a eficiência dos serviços prestados pela Cúria Romana ao Papa e à Igreja. Segundo ele, seria grande injustiça deixar de agradecer e de encorajar tantas pessoas honestas que trabalham com dedicação, lealdade e profissionalismo. “Além disso, as próprias resistências, fadigas e quedas das pessoas e dos ministros constituem lições e oportunidades de crescimento, e nunca de desânimo”.

As virtudes necessárias

Os “antibióticos” indicados pelo Papa para combater as doenças da Cúria são 12, e todos eles têm como carro-chefe a misericórdia: missionariedade e pastoreação; idoneidade e sagácia; espiritualidade e humanidade; exemplaridade e fidelidade; racionalidade e amabilidade; inocuidade e determinação; caridade e verdade; honestidade e maturidade; respeito e humildade; ser dadivoso e atento; impavidez e prontidão e fiabilidade e sobriedade.

Segundo Francisco, a misericórdia não é um sentimento passageiro, mas a síntese da Boa Nova. Sendo assim, o Papa convidou a Cúria Romana a se deixar conduzir pela misericórdia. “Seja a misericórdia a guiar os nossos passos, a inspirar as nossas reformas, a iluminar as nossas decisões; seja ela a coluna sustentáculo do nosso agir; seja ela a ensinar-nos quando devemos avançar e quando devemos recuar um passo; seja ela a fazer-nos ler a pequenez das nossas ações no grande projeto de salvação de Deus e na majestade misteriosa da sua obra”.