papaAbram o coração ao mandamento novo do amor, pede Papa

Da Redação, com Rádio Vaticano
Foto: Arquivo

Santo Padre explicou que cristãos não devem ser escravos de “pequenas leis”, mas abrir o coração para a novidade e liberdade do Evangelho

Na Missa desta sexta-feira, 5, na Casa Santa Marta, o Papa Francisco destacou que o cristão não deve ser escravo de “tantas pequenas leis”, mas abrir o coração ao mandamento novo do amor.

Comentando o Evangelho do dia, Francisco recordou que os escribas queriam colocar Jesus em dificuldade, perguntando a Ele por que seus discípulos não jejuavam. O Senhor não cedeu à pressão deles e respondeu falando de festa e novidade.

“A vinhos novos, odres novos. A novidade do Evangelho. O que o Evangelho nos traz? Alegria e novidade. Esses doutores da lei estavam fechados em seus mandamentos, em suas prescrições. São Paulo, ao falar deles, nos diz que antes da fé – ou seja, de Jesus – todos nós estávamos protegidos como prisioneiros da lei. A lei dessas pessoas não era má: protegidos, mas prisioneiros, à espera que chegasse a fé. Aquela fé que teria sido revelada no próprio Jesus”.

O povo, observou o Papa, tinha a lei dada por Moisés e também muitos destes “hábitos e pequenas leis” que os doutores tinham codificado. “A lei os protegia, mas como prisioneiros! E eles estavam à espera da liberdade, da definitiva liberdade que Deus teria dado a seu povo com seu Filho”. A novidade do Evangelho, portanto, é esta: resgatar a lei.

“Alguém de vocês pode me perguntar: ‘Os cristãos não têm lei?’ Sim! Jesus disse: ‘Eu não venho mudar a lei, mas levá-la à sua plenitude’. A plenitude da lei são, por exemplo, as bem-aventuranças, a lei do amor, do amor total como o que Ele, Jesus, nos amou. Quando Jesus repreende os doutores da lei, o faz porque não protegeram o povo com a lei, mas o escravizou com tantas leis pequenas, pequenas coisas”.

O Evangelho, em vez disso, veio trazer a novidade, que é festa, alegria e liberdade, ressaltou o Pontífice. Jesus quer dizer ao povo que não tenha medo de mudar as coisas segundo a lei do Evangelho.

“Paulo distingue bem: filhos da lei e filhos da fé. A vinhos novos, novos odres; e por isso, a Igreja nos pede, a todos nós, algumas mudanças. Pede-nos que deixemos de lado as estruturas decrépitas: são inúteis! E usemos os odres novos, os do Evangelho. Não se pode entender a mentalidade destes doutores da lei, destes teólogos fariseus: não se pode entender a sua mentalidade com o espírito do Evangelho, são coisas diferentes. O estilo do Evangelho leva à plenitude da lei, sim, mas de um modo novo: é o vinho novo em odres novos”.

E para viver plenamente esse Evangelho, que é novidade, é preciso, segundo o Papa Francisco, um coração alegre e renovado. É preciso observar a lei de acordo com o mandamento do amor e das bem-aventuranças. “Que o Senhor nos dê a graça de ‘não permanecermos prisioneiros’, a graça ‘da alegria e da liberdade que nos traz a novidade do Evangelho’”.