Papa aos bispos do Mali: preservar o diálogo entre religiões

Da Redação, com Rádio Vaticano

Bispos do noroeste da África visitam o Vaticano e se encontraram hoje com Francisco; 90% da população do país é muçulmana

Preservar o diálogo inter-religioso. Esse foi o pedido do Papa Francisco a um grupo de cinco bispos do Mali, país do noroeste da África, que visitam o Vaticano. Eles foram recebidos pelo Santo Padre nesta quinta-feira, 7.

Em meio aos 12 milhões de habitantes do país, 90% são muçulmanos; os cristãos correspondem a 5% do total da população. Numa nação com admiráveis tradições de tolerância e coesão, a pequena Conferência Episcopal tem levado adiante o espírito do diálogo inter-religioso e o compromisso comum de cristãos e muçulmanos na luta contra a intolerância e a exclusão.

Recebendo o grupo, Francisco entregou um discurso escrito, em francês, que os encoraja a prosseguir em sua obra junto às comunidades diocesanas do país, que têm enfrentado uma situação delicada nos últimos anos por questões de ordem e de segurança.

O Santo Padre também destacou na mensagem o trabalho dos catequistas na obra de evangelização. “Apesar dos graves problemas que enfrenta, a Igreja no Mali mostra uma bela dinâmica em sua obra de evangelização e os fiéis têm crescido em número e fervor”, escreveu o Pontífice, ressaltando, porém, que o testemunho cristão na família ainda precisa de mais consistência. “Num contexto cultural marcado pelo divórcio e a poligamia, os católicos são chamados a anunciar o Evangelho concretamente com o seu testemunho de vida e família”.

Na sequência, a mensagem aborda outras questões, como a situação das mulheres. O Papa pediu aos bispos que promovam o papel delas na sociedade e combatam abusos e violências.

A Igreja no país

Falando das vocações sacerdotais, Francisco mencionou a importância do apoio, do incentivo e principalmente do acompanhamento na formação e no ministério. “Ser bispo é uma missão de comunhão e de serviço vivido de maneira especial com os seus sacerdotes”.

No final do discurso, o Papa disse estar convencido de que, apesar das dificuldades em seu caminho, a Igreja no Mali continua a ser um sinal de esperança e testemunha de paz. Ele exortou os bispos a perseverar no caminho do Evangelho, mantendo o foco de sua ação pastoral na juventude.

Visita ad limina

A visita dos bispos do Mali ao vaticano se realiza em caráter ad limina Apostolorum, ou seja, é uma peregrinação aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo que os episcopados fazem a cada cinco anos com o objetivo de fortalecer os vínculos de comunhão com a Sé Apostólica.