papa01Na Vigília Pascal, Papa indica o caminho para não perder a esperança

Da Redação, com Rádio Vaticano
Fotos: L’Osservatore Romano

Francisco destacou que é preciso recordar as obras e a palavra de Deus para manter a esperança cristã

O Papa Francisco presidiu na noite deste Sábado Santo, 26, na Basílica Vaticana, a celebração Eucarística da solene Vigília pascal, mãe de todas as vigílias. Doze catecúmenos da Itália, Albânia, Camarões, Coreia do Sul, Índia e China foram batizados.

Após a bênção e a preparação do Círio pascal, o Papa proclamou solenemente a “Páscoa do Senhor”, com o canto do Exultet. A seguir, pronunciou sua homilia, diante dos milhares de fiéis presentes, partindo da “corrida de Pedro ao sepulcro de Jesus”, e perguntou quais os pensamentos que poderiam passar pela mente e o coração de Pedro naquele momento.

“O Evangelho nos diz que os Onze, inclusive Pedro, não acreditaram no testemunho das mulheres, no seu anúncio pascal. Aliás, aquelas palavras pareciam um delírio. Por isso, no coração de Pedro, reinava certa dúvida, acompanhada de muitos pensamentos negativos: a tristeza pela morte do Mestre amado e a decepção por tê-lo renegado três vezes durante a Paixão.”

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Pôr-se a caminho

Francisco explicou que um detalhe assinala a transformação de Pedro: depois que ouviu as mulheres, sem acreditar nelas, “pôs-se a caminho”. Não ficou parado pensando e nem fechado em casa como os outros, não se deixou levar pela atmosfera fúnebre daqueles dias e nem pelas dúvidas, não se deixou arrastar pelos remorsos, pelo medo e pelas maledicências. Pelo contrário, foi procurar Jesus, preferindo seguir a ideia do encontro e da confiança. Assim, correu ao sepulcro.

“Este foi o início da ‘ressurreição’ de Pedro, a ressurreição do seu coração. Sem ceder à tristeza nem à escuridão, deu espaço à voz da esperança: deixou que a luz de Deus entrasse no seu coração, sem a sufocar”.

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Falta de esperança

O Papa destacou que por sua vez, as mulheres, que saíram de manhã cedo para fazer uma obra de misericórdia, ou seja, levar os perfumes ao sepulcro, viveram a mesma experiência, apesar do seu temor, mas ficaram aliviadas pelas palavras do anjo: “Porque buscais entre os mortos Aquele que está vivo?”

“Também nós, como Pedro e as mulheres, não podemos encontrar a vida, permanecendo tristes e sem esperança, fechados em nós mesmos. Abramos ao Senhor os nossos sepulcros sigilados, para que Jesus possa entrar e dar-nos a vida. Ele quer dar-nos a sua mão e nos tirar da angústia. Nesta noite, devemos rolar a pedra do nosso sepulcro que é a ‘falta de esperança’. Que o Senhor nos livre desta terrível armadilha: a de ser cristãos sem esperança, que vivem como se o Senhor não tivesse ressuscitado”.

Francisco deixou claro que problemas pessoais sempre existirão, mas que nesta noite, devem ser iluminados com a luz do Ressuscitado. Ele orientou os fieis para que não deixem que a escuridão e os temores se apoderem do coração, mas que escutem a palavra do Anjo: o “Senhor não está aqui; Ele ressuscitou!”. Ele é a nossa maior alegria e está sempre ao nosso lado, sem nunca nos

decepcionar.

Esperança cristã

“Eis o fundamento da esperança, que não é mero otimismo, nem uma atitude psicológica ou um bom convite a ter coragem. A esperança cristã é um dom de Deus; ela não decepciona porque o Espírito Santo foi infundido nos nossos corações. O Consolador infunde em nós a verdadeira força da vida e a certeza que somos amados e perdoados por Cristo. Hoje é a festa da nossa esperança!”

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O Papa disse que o Senhor está vivo e deve ser procurado entre os vivos e que depois de o encontrar, somos enviados por Ele a levar o anúncio da Páscoa, suscitando esperança nos corações tristes e a anunciar o Ressuscitado com a vida, por meio do amor. Caso contrário, seremos uma estrutura internacional, com um grande número de adeptos e boas regras, mas incapazes de transmitir a esperança, da qual o mundo tem tanta sede. O Pontífice então perguntou: “Como podemos alimentar a nossa esperança?”

“A Liturgia desta Noite nos dá um bom conselho: ela nos ensina a recordar as obras de Deus. A Palavra viva de Deus é capaz de nos envolver na sua história de amor, alimentando a esperança e reavivando a alegria. Não nos esqueçamos da sua Palavra e das suas obras para não perdermos a esperança”.

O Santo Padre concluiu sua homilia convidando os fiéis a fazerem memória do Senhor, da sua bondade e das suas palavras de vida, a fim de serem sentinelas da manhã, que sabem ler os sinais da Ressurreição e abrir-se à esperança e ao caminho da luz com confiança!